Estou no meio do céu.
Entre o sol e a chuva.
De um lado, um céu azul e maravilhoso, e o sol quente a iluminar as folhas que suam a água da chuva impetuosa, o que aponta o outro lado: nuvens negras que observam de soslaio pelo simples prazer do desafio ao sol penetrante. Mal sabem elas que ele as cria. E ele gosta de brincar.
Estou no meio do céu.
Entre o sol e a chuva.
Na varanda de casa, sem saber o que é mais belo: o sol surgindo, a chuva enfrentando, o brilho molhado da terra regada, espelho da luz do grande astro. Ora sol, ora chuva. E aquele arrepio! Vento carregado de chuva. Poder sonoro transpassa os céus. E eu não me sinto um mero espectador da beleza perfeita. Foi de propósito! Pra eu me sentir viva; participante.
Estou no meio do céu.
Entre o sol e a chuva.
O sol me aquece. O arrepio vai embora. Mas a vontade é de ficar; viver; nunca parar de sentir. A chuva é linda e só me mostra o quanto quero mais o sol. E tudo escurece novamente. Ela não está pra brincadeira. E lava com vontade a terra. Mas, como eu disse, ele é quem gosta de brincar. E a chuva diminui. Com toda a sua magnitude e força, ele aparece. Mostra quem manda de uma vez por todas. E ela para. Quieta e obediente.
Estou no meio do céu.
Entre o sol e a chuva.
E sinto, desde as minhas entranhas, que as precipitações, a penumbra, a tristeza, a ansiedade, os problemas, o desapontamento, a raiva, a saudade, a mudança e a indecisão fazem parte de mim. É do que sou feita. Preciso da minha chuva e a desejo, pois agora sei que o sol sempre irá reinar, apesar de mim, apesar de tudo.
Estou no meio
Mas agora sei que tudo ficará ok.
Viviane Botelho
Ameeeei *-*
ResponderExcluirNossa...lindo!
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