Fico me perguntando se é normal as pessoas observarem umas as outras no decorrer do dia. Não digo só observar superficialmente, mas chegar a imaginar o modo de vida daquela pessoa, de onde ela vem, se tem filhos, se teve alguma perda muito grande, se tem pais ou irmãos, onde trabalha... Eu não me canso de fazer isso. Acho incrivelmente interessante perceber o quanto as pessoas são diferentes e iguais ao mesmo tempo. Cada uma com seu estilo de vida, mas todas sempre correndo atrás de alguma coisa na vida e, muito normalmente, com hora marcada. Sempre estamos a fazer alguma coisa, porque mesmo com corpos estáticos, o cérebro continua por nós.
O frustrante é ir embora com uma vontade mortal de conhecer aquelas pessoas pelo simples prazer de saber se acertei ou se estava redondamente enganada sobre minhas suposições. Ainda assim, continuo com minhas análises, seja na rua, no ônibus, metrô ou janela de casa. É divertido dar pontos finais às histórias. Mas o ser humano continuará sendo um grande ponto de interrogação acompanhado de reticências. Acho que essa é a intenção.
photo: web
Viviane Botelho
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