- Poxa, pensei ter visto a Roberta, lembram dela?
- Aquela sua amiga gatinha? Que loira! Claro que me lembro. Delícia! - disse Gustavo, maliciosamente.
- Deixa de ser tarado, Gustavo. Toma vergonha na cara e caça uma mulher pra você. Uma só de preferência, ok?
- Iiiiiiiih! Tomaaaa! - A mesa disse em coro.
- O que eu posso fazer se todas me querem? Quero todas também! - replicou, deliciando-se em suas palavras com um sorriso largo. Ele sabia que tirava suspiros de muitas meninas com seus músculos bem torneados e aquela altura que lhe dava um porte e tanto.
Todos se deram por convencidos com a desculpa de Ivie. Ela se sentiu mais tranquila. A última coisa que queria era ter seu desespero percebido por um dos meninos ali. Nem quis imaginar o que fariam e falariam.
E os minutos passavam. Nada de Eduardo. A curiosidade parecia corroer Ivie, e ninguém ali falava dele. Ela que não perguntaria. Tinha medo que um deslize qualquer em suas palavras deixasse que todos percebessem sua preocupação. Preferia ficar totalmente calada a se expor.
Um celular começou a tocar na mesa. Era de André.
- Alô? - todos continuaram conversando enquanto André levantava para atender ao telefonema em algum lugar menos barulhento. Mas a conversa do grupo não era mais a mesma. Não havia a mesma animação, e, sem Eduardo ali, Ivie era a mais desanimada. Todos estavam meio cansados. Passava de meia-noite, e ela não entendia porque logo ele havia sumido sem dar nenhuma satisfação. Os segundos de silêncio que se seguiram foram quebrados por Sandro:
- Dudu deve ter se afogado na privada. Lesado do jeito que é... - Ele pareceu responder aos pensamentos de Ivie que teve a atenção redobrada. "É, verdade!" Ela não tinha pensado na possibilidade de ele ter ido apenas ao banheiro, mesmo que estivesse demorando para voltar.
- Credo, Sandro. - Disse Ivie em meio a risadas, descontraindo. Reiniciou sua procura se fixando na porta do banheiro masculino, lá nos fundos, de onde vários entravam e saíam. Uma mulher viu sair de lá (parecia uma), mas nem sinal de Eduardo.
André retornou a mesa. Sua expressão era de preocupação, mas não muita. Parecia mais intrigado do que preocupado.
- Era o Dudu no telefone. Disse que tá em casa. - Ivie olhou desolada para André. "Em casa?! Como assim?" Ela sentiu uma mistura de desapontamento e raiva. Quis ir embora naquele momento. A ideia de que Eduardo ainda estava no bar, mesmo que demorasse uma eternidade, era muito mais bem-vinda. Pelo visto, definitivamente, ele não estava e ela não encontrava mais razão pra estar ali sem querer estar. Tudo havia perdido a graça.
- O que que aconteceu pra ele ter ido embora desse jeito, cara? - Perguntou Robson surpreso, e todos os outros prestavam atenção.
- Bem, ele falou que quando levantou pra ir ao banheiro, a irmã dele ligou falando que a avó deles teve pressão baixa em casa e desmaiou. Ele foi desesperado pra lá. Disse que agora já tá tudo bem com ela, mas disse que nem vai voltar pra cá. - Disse André. Ele não parecia convencido do que acabara de falar. Apenas passou a informação e se sentou.
Pareceram satisfeitos com a explicação, mas Ivie não.
Todos já estavam enfadados esperando alguém dizer qualquer coisa que fosse pretexto para todo o resto ir embora. Gabriel tombou de cabeça na mesa totalmente inconsciente. Isso bastou.
- Eu acho melhor a gente levar o Gabriel pra casa. - Disse Daniel. Ninguém exitou. Levantaram na mesma hora.
- Vamo fazer o seguinte, eu levo o Gabriel e a Ivie no meu carro e o Robson leva o Sandro e o Gustavo, beleza? - Sugeriu André.
- Faço esse bem pra humanidade e levo o mala do Sandro. - Debochou Robson. Gustavo riu e levou um tapa na nuca, onde Sandro depositou bastante força.
- Eu sei que me ama de qualquer jeito, Robson. Nem faço questão da sua carona. Mas você ainda é melhor que um ônibus lotado de gente fedida. - Disse Sandro.
Enquanto todos estavam indo em direção a saída, Ivie puxou de leve André e falou:
- Você não pareceu muito convencido do que disse sobre o Dudu. O que que aconteceu de verdade?
- Po, aí que tá. Não sei o que aconteceu de verdade, mas não acreditei muito nessa história do Dudu não. A maneira como ele falou da avó... tava tranquilo demais. Me falou que a avó tinha desmaiado como se estivesse me contado sobre algum passeio. Eu acho que eu taria mais alterado se esse tipo de coisa acontecesse comigo. Eu conheço bem demais o Dudu e tenho certeza que ele tava mentindo. Cara, ele desapareceu do nada daqui.
- É, eu também achei isso esquisito. Bom, esperar pra ver né?
- É.
Depois de pagarem a consumação e saírem pela porta, o cérebro de Ivie estava à mil. Ele sumira depois de tanto encará-la. Alguma coisa tinha haver com ela. Mas hoje que não saberia nem entenderia nada. Dormiria mal, como de costume, com a mente fervendo. O jeito de Eduardo estava sempre fora de sua compreensão. Essa foi mais uma quebra de mais uma brecha que surgira.
Viviane Botelho
Ahhh depois de tanto temp esperando haha
ResponderExcluirAdoreeei, adoreei *-*
quando vai ter maais amiga?
Eu quero que seja breve. Que a minha imaginação me ajude. rs
ResponderExcluirBom texto, queremos o fim da história.
ResponderExcluirGostei do layout do blog, por que mudou?
Cansei do layout antigo. hahaha
ResponderExcluirValeu Luiz.
amei a história , valeu a pena esperar (:
ResponderExcluirparabéns prima , você escreve maravilhosamente bem !