Um estalar de dedos e tudo muda, não muda, permanece, tece uma cadeia de correntes que se quebram, se restituem e me enlouquecem. Basta uma palavra e o mundo gira, o dia amanhece, as flores nascem, a vida aquece. Basta uma palavra e a Terra desaba, a noite esfria, as folhas secam a mente emudece.
As mãos, os pés, o corpo é inquieto, perdido em movimentos que não obedecem ao cérebro. O abrir e fechar de portas e janelas revelam a lisonjeira e irritante chuva ensolarada que perdura lá fora. As ondas calmas são traiçoeiras, seduzem, iludem, me carregam para o oceano de dúvidas. Quero um ciclone, quero ser um ciclone...
Arrasar o mar que me tormenta, o sol que se dissipa, a chuva que me incendeia. Nada é satisfatório, tudo é insuficiente nessa fase transitória, nesse mundo intransigente. Eu quero o tempo estável, eu quero as correntes inerentes. Eu quero a brisa, a calmaria, eu quero a mente coerente. Ter sorte ou ser forte...
Eu quero uma certeza além da morte.
Viviane Botelho
Ótimo!
ResponderExcluir:)
Caralho! Queremos uma certeza além da morte. Você me lembrou eu nesse texto, e eu me amarro em mim. rs
ResponderExcluirte amo muito
Só você mesma, Paty! haha
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